Transtornos do Humor na infância e na adolescência

Ter um diagnóstico de uma doença mental já causa um grande impacto em um adulto. Ter este diagnóstico na infância ou na adolescência, é mais assustador ainda. Várias matérias abordam esta questão. Fica sempre a dúvida – será que tem mesmo? Será que não é aborrecimento de adolescente? O médico não está exagerando? E quando se parte para o tratamento, a dúvida, o medo e a aflição da família fica mais acentuada.

Um bom conhecimento da doença e do seu tratamento pelos familiares, professores, aumenta a possibilidade de uma vida produtiva, com qualidade e satisfação. O acompanhamento do histórico escolar da criança ou do adolescente – desempenho, notas, comportamento, é o melhor indicador de transtornos mentais que possam vir a se instalar, especialmente o transtorno bipolar.

A hereditariedade é um importante fator de vulnerabilidade para o desenvolvimento do transtorno bipolar; cerca de 50% dos portadores apresentam pelo menos um familiar acometido. Há descrições dos sintomas na infância e na adolescência. Mas é comum as crianças receberem outros diagnósticos, o que pode retardar o tratamento adequado.

A psiquiatra Dra. Sonia Maria M. Palma, especialista na área de psiquiatria na infância e adolescência, vice presidente do Conselho Científico da ABRATA,  tem um artigo publicado no site da Associação, a respeito deste tema.

No dia 14 de abril, a  Dra. Sonia (foto acima)  proferiu palestra sobre Transtornos do Humor na Infância e na Adolescência, na sede da ABRATA, em São Paulo. As perguntas que não puderam ser respondidas durante a palestra, estão colocadas nos Comentários logo abaixo – é só clicar.

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DESTAQUES

10 Comentários

  1. tatiana trindade de souza 11 de abril de 2012 às 10:07 - Responder

    tenho um filho ,ele tem transtornode humor,deftide atenção,iperativo etc.ele só tem8 anos,quando entra ecrise não sei o que fazer,já a doi finais de semana ele pegou faca,tesoura,cadeira e fala que vai me matar a todo momento,ontem eu liguei para o smu mais de 8 vez e ñ veio ,ele só se acalmou quando o pai chegou ñ sei mais o que fazer por favor me ajudem ele já toma medicação são;carmabazepina200,ácido valpróico250,haloperidol1,quado ele fica em crise ñ cosigo levalo para o medico prque ele tem muita força e ñ tenho ninguem para me ajudar.obrigado

  2. Dra. Elisa Brietzke - Conselho Científico ABRATA 13 de abril de 2012 às 10:59 - Responder

    Olá Tatiana,
    o objetivo do tratamento é que o seu filho não tenha esse tipo de comportamento perigoso para os outros e para ele mesmo. Quando a doença está sob controle, a tendência é que crises desse tipo não aconteçam. Seria muito importante passar no médico que o acompanha e relatar o que está ocorrendo. Muitas vezes, ajustes nas medicações podem deixar a criança bem melhor, com aumentos de dose ou troca de medicação. Se você precisar levá-lo ao pronto socorro, espere um momento em que ele esteja calmo e vá junto com mais alguém que consiga contê-lo, caso ele queira agredir você ou fugir. Nas fases em que ele esteja mais agitado, tire do alcance dele objetos perigosos, como facas e tesouras (coloque numa gaveta ou armário trancado com chave).
    Também é importante que, ao sair de uma consulta com o médico, vocês definam um plano para casos de emergência. Você já tem que saber o que fazer se ele ficar agitado antes que isso aconteça, para não ter que pensar nisso num momento conturbado. Esse plano já deve incluir alguma medicação para acalmá-lo na crise, para onde você o leva se o atendimento de emergência for necessário e quem ajuda você a levá-lo e como você faz contato com o médico entre uma consulta e outra, se for necessário.
    Um abraço.

  3. Pergunta feita na Palestra Psicoeducacional 15 de abril de 2012 às 23:07 - Responder

    DÚVIDA COLOCADA POR FAMILIARES :
    Na adolescência (12-13 anos) ser gótico é sinal de Transtorno Bipolar ?
    DRA. SONIA PALMA :
    A subcultura gótica (chamada de Dark no início dos anos oitenta apenas no Brasil) é uma cultura que abrange um estilo de vida. A estética sombria se traduz na combinação de vestuário essencialmente baseados no preto. Isoladamente não pode ser associado a TB, havendo necessidade de alternância de humor.

  4. Pergunta feita na Palestra Psicoeducacional 15 de abril de 2012 às 23:09 - Responder

    FAMILIARES SOLICITARAM – Mais exemplos e especificações com relação ao adolescente com Transtorno Bipolar do Humor (TBH) , principalmente com relação à educação e limites;
    DRA. SONIA PALMA :
    Há controvérsias em torno dos sintomas apresentados por crianças e adolescentes e o correto diagnóstico do THB nesta faixa etária. Sintomas de mania em adolescentes podem-se apresentar de forma diferente dos sintomas dos adultos com maior prevalência de sintomatologia mista e psicose.
    Transtorno bipolar prépuberal parece freqüentemente se apresentar de forma atípica; humor irritável com “tempestades afetivas” são mais freqüentes do que euforia, o curso da doença é mais crônico do que episódico e sintomas mistos com depressão e mania concomitantes caracterizam o THB em crianças e adolescentes mais jovens.
    Encontramos mais frequentemente ciclagem rápida, ultra-rápida e dentro do mesmo dia nesses pacientes.

  5. Pergunta feita na Palestra Psicoeducacional 15 de abril de 2012 às 23:12 - Responder

    FAMILIARES SOLICITARAM MAIOR ESCLARECIMENTO : a ajuda dos pais em relação ao filho
    DRA. SONIA PALMA :
    Não existe uma fórmula para lidar com crianças e adolescentes com Transtorno Bipolar.
    Para ajudar os filhos há necessidade:
    – primeiro de termos um diagnóstico preciso, e com isto usar as medicações adequadas.
    – segundo reconhecer os fatores desencadeantes das crises e ajudar os filhos a perceberem quando começarem a ciclar.
    – terceiro obter muitas informações a respeito do transtorno.
    – quarto participar de grupos de auto-ajuda ( Apoio Mútuo).

  6. Denise Klein Antunes 7 de fevereiro de 2013 às 07:51 - Responder

    Gostaria de saber o contato profissional da Dra. Sônia Palma, psiquiatra infantil para uma consulta.
    Aguardo retorno,
    Denise

  7. Angela Marta 8 de março de 2013 às 21:11 - Responder

    Tenho um filho de 11 anos, que depois de uma separação dificil dos pais, entrou em depressão, ficou em estado de apatia total, sempre acompanhado por psicologa, ate o dia em que ela o encaminhou para o psiquiatra e este começou a medicação, atualmente ele toma Pondera e tegretol CR, e esta com prognóstico de transtorno bipolor. Ele tem o temperamento dificil, auto-estima baixa, dificuldade de concentração, notas baixas na escola, inclusive é repetente, agressivo, e meigo, se irrita fácil, não aceita que ninguem fique contra o que ele acha ou faz, é ansioso… ta mentindo muito, criando histórias, usa o pai e a mãe, fazendo chantagens, não estou sabendo como lidar com ele e o pai é permissivo, faz o que ele quer e não entende o problema do garoto, por favor ajudem-me

    • Equipe Abrata 11 de março de 2013 às 09:40 - Responder

      Prezada Angela Marta
      Bom dia! Obrigada por entrar em contato com a ABRATA.

      A situação que você descreve é típica de como o tratamento do transtorno bipolar envolve uma equipe multidisciplinar para abordar diversas facetas do problema.

      Em primeiro lugar, com relação ao tratamento médico do seu filho, é muito comum que o controle e estabilização do quadro clínico do paciente demore a acontecer (pode levar meses), envolvendo consultas frequentes e possíveis ajustes e mudanças nos medicamentos até que o controle seja alcançado. Além disso, esse tratamento deve ser mantido para diminuir a chance de seu filho ter novas crises. Durante esse período de ajustes, é fundamental manter contato com o psiquiatra e informá-lo dos sintomas, dos comportamentos que estão acontecendo.

      Outra coisa é a abordagem da família: a família precisa participar do tratamento, é parte integrante dele. A família (assim como o paciente) deve estar informada e buscar mais informações sobre o transtorno bipolar para se orientar, para ajudar o seu filho a se tratar e para reconhecer sintomas iniciais de um novo episódio (crise) da doença, se isso vier a ocorrer. Além disso, o tratamento do transtorno bipolar não envolve apenas medicamentos, mas uma mudança no estilo de vida e nos relacionamentos do paciente e de sua família e para isso é fundamental que todos participem de encontros psicoeducacionais, palestras, de grupos de ajuda mútua e psicoterapia (individual e/ou grupal para pessoa com bipolaridade e familiar, assim como para os familiares).

      Entre em contato com a ABRATA para se informar mais detalhadamente sobre grupos de ajuda mútua, grupos com familiares e encontros psicoeducacionais. Quanto mais cedo vocês, os pais, iniciarem a participação no tratamento, tanto maior a chance de se conseguir um controle maior do problema.
      Abraços.
      Equipe Abrata

  8. bommaramadia 31 de agosto de 2020 às 14:01 - Responder

    Boa tarde, tenho uma sobrinha de 10 anos que tem mudança de humor muito rápida, uma hora ela está bem na outra ela já esta irritada , agressiva, fala que ninguém a entende, não quer comer e fala mentiras.

    • blogabrata 1 de setembro de 2020 às 08:03 - Responder

      Olá bommaramadia, agradecemos seu contato.
      Sugerimos que sua sobrinha seja consultada por um (a) psiquiatra infantil pois somente um profissional pode
      avaliar os sintomas que ela apresenta.
      Abs.
      EQUIPE ABRATA

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