Viver (bem) com uma doença crônica

O belo poema foi escrito por uma pessoa portadora do Transtorno do Humor que o publicou em homenagem a data comemorativa do Dia Mundial do Transtorno Bipolar, atraves do site da International  Bipolar Foundation.

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O outro lado da mágoa é o curar-se. 
O outro lado da escuridão é uma nova visão.
O outro lado da provação é a vitória.
O outro lado do pesar é o crescer interior.
O outro lado da dor são as possibilidades.
O outro lado da perda é a experiência.
O outro lado das lesões é a sabedoria.
O outro lado da impotência é a força 
O outro lado das lágrimas é coragem 
O outro lado dos equívocos é a maturidade 
Nunca desista, e você nunca será derrotado. 
Não importa qual o desafio, 
Haverá sempre o outro lado. 

Cory Booker
(tradução livre de Flávio Mussa Tavares,)

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DESTAQUES

2018-02-02T17:09:12+00:00 27 de março de 2014|Categorias: Blog, Sem categoria|4 Comentários

4 Comentários

  1. Maria de Fátima Oliveira Souza 10 de abril de 2014 às 07:24 - Responder

    Tenho transtorno bipolar do humor desde 1989 até os dias de hoje. No início foi horrível, quis me suicidar algumas vezes, mais não tinha coragem, perdia todas as minhas energias, ficava de 07 a 08 dias trancada em meu quarto, não tinha forças para nada.
    Não tomava banho, não me alimentava, não queria ninguém por perto. No ano de 1989, eu fui medicada com Limbitrol, quando melhorava eu jogava fora o medicamento, após uns meses voltava tudo novamente. Durante o ano eu ficava 06 meses bem e 06 meses mal, muito mal mesmo. Eu tinha Loja de Confecções na época, de um dia para outro era tudo destruído, incrível. Tomei vários tipos de antidepressivos, até que em 2007 fui diagnosticada por uma Psiquiatra com especialidade em Bipolaridade, como o meu caso é muito grave e é hereditário, ela passou Seroquel, mais não me adaptei com o medicamento. Melhorei por alguns meses com Sertralina e Carbamazepina. Não me dei bem com o Lítio. Hoje faço uso da Lamotrigina, Revotril, pois tenho muito problema de insônia, e a Sertralina quando fico com a auto estima baixa. Tive muitos problemas em meus relacionamentos, trabalho, amizades e incompreensão da família. Pois achavam que era frescura. Tenho uma irmã que já foi internada algumas vezes, hoje ela convive melhor com o Transtorno. Eu mesmo fazendo o controle a base de medicamentos, terapia, caminhadas, continuo tendo recaídas. Sei que não é normal, mais gosto de estar com Euforia, mais logo em seguida vem a Hipomania e fico triste novamente. Esse foi o meu desabafo, estou com tanta energia que não consegui dormir esta noite. Agradeço a vcs da Abrata pelo apoio que estão dando as pessoas com todos os tipos de Transtornos. Bom dia!
    Moro em Natal/RN.

    • Equipe Abrata 14 de abril de 2014 às 19:03 - Responder

      Olá Maria de Fátima

      Primeiro lugar queremos compartilhar com vc o sentimento de apoio às pessoas com TB e ressaltar apoiar a pessoa com bipolaridade é a força geradora da ABRATA. Em segundo, ressaltamos que essencial trabalhar em parceria como o seu psiquiatra e sua equipe de cuidados, psicológo e preferencialmente com o apoio da família para determinarem o que melhor funciona para você. Parece que vc já está neste caminho! Parar a medicação, sempre é o caminho mais obscuro, principalmente sem dialogar com o psiquiatra e ainda buscar o estado da euforia.

      O comportamento de abandonar a medicação, como vc relata para entrar no estado da hipomania/euforia, inicalmente com pode vir acompanhado de uma grande sensaçao de bem estar, como vc mesma relata e, vc não é a única. Também, muitas vezes, ouvimos esse relato durante os Grupos de Apoio Mútuo, porém, também ouvimos relatos acerca dos arrependimento que, posteriormente, surgem e ainda a necessidade de reinciar mais uma vez todo o tratamento.

      Maria de Fátima não é fácil viver com o transtorno bipolar. Não existem respostas fáceis. No entanto existem algumas medidas práticas que pode tornar as vida mais fácil, mais leve. Comunicar-se sempre, mesmo que a situaçao seja difícil, tente continuar a se comunicar com aqueles que ama e aqueles que a amam. Seja sincera com os seus receios, as suas esperanças e os seus planos para o futuro. Não boicote o seu tratamento e saiba que a principal interessada em estar bem e manter a sua estabilidade é vc mesma.

      Conte sempre com a ABRATA!

      Abraços
      Equipe Abrata

  2. Kely 10 de julho de 2014 às 10:49 - Responder

    Olá! eu estou me sentindo perdida, há 2 anos fui diagnosticada com transtorno bipolar, por parte da familia da minha mãe não tem casos, eu não sei do lado do meu pai, porque não sei quem é meu pai. Quando estava tomando litio me sentia bem, e por ter me sentido bem eu não tomava a medicação direito, tive uma recaída muito forte, entao tomei vários remédios inclusive as caixas de litio que eu tinha, na época minha médica suspendeu o litio e entrou com lexapro, seroquel, topitamato, rivotril, royphnol, mas não adiantou muito, eu ficava um tempo bem e um tempo ruim. meu relacionamento com a minha mãe está insuportável, sinto que estou adoecendo ela e isso me faz morrer por dentro, há tres semanas fui internada novamente e amédica da clinica me receitou litio mas ele não está na faixa terapeutica. eu não tenho ninguem a quem recorrer e pedir ajuda. já liguei para um antigo psicologo pra ver se consigo me consultar ainda essa semana…. estou com medo… sinto apenas vontade da morte, que ela venha logo.

    • Equipe Abrata 14 de julho de 2014 às 12:51 - Responder

      Olá kely

      Você está precisando de ajuda, sim!
      Os pensamentos de morte são muito comuns para as pessoas deprimidas e se constituem em pensamentos automáticos, frutos de uma avaliação errônea que a pessoa faz da vida em função do estado de humor alterado. Esse estado de humor é transitório e passa, principalmente se a pessoa pede ajuda e vai se tratar com um psiquiatra especializado em transtornos do humor. Com o tratamento, os pensamentos diminuem de frequência e intensidade e a pessoa recupera o sentido da própria vida.
      Então, o importante é o seguinte: os pensamentos são transitórios e vão passar, mas o suicídio não – este não tem volta!
      O que fazer então?
      Em primeiro lugar, desista do isolamento! Procure seu psiquiatra ou mesmo o seu psicólogo, como diz no seu relato, e conte o que está acontecendo, peça a ajuda deles. Se você não tiver um psiquiatra ainda, procure um profissional de saúde que possa orientá-lo, nem que seja num pronto socorro. Se estiver difícil fazer isso sozinho, escolha alguém do seu relacionamento, familiar, amigo, colega de trabalho ou escola, enfim alguém que possa ouvi-lo e ajudá-lo – não desista, num momento de crise pode parecer que não adianta procurar ninguém ou que ninguém vai se importar. Isso não corresponde à verdade, quem pede ajuda desperta mais solidariedade nas pessoas do que rejeição.

      O importante é você não dar crédito aos pensamentos suicidas, porque eles são apenas um sintoma da depressão e permanecer buscando ajuda e tratamento, porque, desta forma, você vai superar este momento.

      Lidar com uma doença crônica de fato não é muito fácil. O uso correto da medicação é essencial para mantê-la fora dos sintomas da doença. Procure tomá-los de acordo com a orientação do médico. Com a medicação e a psicoterapia, vc se sentirá melhor e mais fortalecida.
      Mas por outro lado é confortador saber que milhares de pessoas como você vivem vidas produtivas e plenas, apesar das dificuldades. Pode nem sempre ser fácil, mas viver com o transtorno bipolar não significa que tenha de desistir de suas ambições e objetivos de vida. Ninguém que sofra de bipolaridade deve ser definido pela sua doença.

      Aproveitamos a oportunidade e convidamos você e a sua mãe, caso residam em SP ou região próxima para participaream das palestras de psicoeducação, que acontecem um vez por mes. Também convidamos para vcs participarem dos Grupos de Apoio Mútuo para familiares e portadores. Nestes grupos tanto vc como a sua mãe poderão estar com pessoas que passaram ou passam por experiências que você está vivenciando. Primeiro vc terá de se inscrever para o Grupo de Acolhimento. Ligar a partir do dia 21 de julho no Tel: (11) 3256-4831 de 2ª a 6ª feira das, 13h30 às17h.
      Conte sempre com a ABRATA!
      Um grande abraço
      Equipe ABRATA”

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