Vamos falar sobre o suicidio?

Dia Mundial Da Prevenção Ao Suicídio

Por Luciana Kotaka – 10/09/2017

Pequenas atitudes podem fazer toda a diferença na prevenção ao suicídio

O dia parecia normal para toda a família, até que ao estranhar a demora da filha em sair do quarto, a mãe abre a porta já brigando e acendendo a luz. Impacto. Ela vê a filha caída do chão, corre até a sua garotinha e ao tocá-la sente o corpo frio, já sem vida.

Quantos relatos como esse ficamos sabendo? Quando se trata de suicídio temos dados computados, mas o fato em si normalmente não é divulgado.

Existe muito tabu a respeito do suicídio, além do comportamento e sentimentos dos familiares de vergonha, raiva, tristeza profunda, medo da cobrança por não terem percebido o que havia de errado, a própria consciência sobre não ter impedido ou dado mais atenção? Será que tinha algo a ser feito?

Esse é um assunto que levanta sempre muita polêmica, basta lermos nas mídias sociais os comentários de pessoas quando uma notícia sobre suicídio é divulgada. Já conseguimos entender o que a família está sentindo, com tanta pressão, julgamentos muitas vezes tão agressivos que a dor se potencializa ainda mais.

Hoje é o dia 10 de setembro, Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, com a campanha Setembro Amarelo, com a intenção de conscientizar a população sobre o suicídio e formas de prevenção. Segundo os Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o suicídio é a causa de uma morte a cada 40 segundos no mundo; aproximadamente 883 mil pessoas se matam a cada ano. O Brasil se encontra na oitava posição dos países que contabilizam o número de suicídios, segundo divulgado em 2014 pela OMS.

Já sabemos que falar sobre o assunto não estimula o crescimento de casos e sim auxilia a pessoa que está inclinada a tirar a própria vida a repensar os porquês, e buscar ajuda especializada para poder se fortalecer e enfrentar situações que podem estar levando a pessoa a desistir de viver.

De acordo com OMS, 90% dos suicídios poderiam ter sido evitados caso algumas medidas sejam tomadas, com informações, identificação dos riscos, locais preparados para atendimento e tratamento com medicação e psicologia.

Devemos estar atentos aos sinais que as pessoas emitem sobre o desejo de se suicidarem-se, o cuidado e a atenção podem ser os principais caminhos para se evitar a perda de mais uma vida. Ser ouvido, acolhido, não julgado e sim entendido, é isso que as pessoas precisam.

A dor dessas pessoas podem não fazer sentido para você, mas são agressivamente doloridas para quem as sente.

Esteja atento!

Autor: Luciana Kotaka – psicóloga, colunista, blogueira, escritora apaixonada pleo comportamento humano, em busca constante do papel da obesidade e do trantronos alimentares como sintoma de uma sociedade  ansiosa e angustiada.

Fonte: http://emais.estadao.com.br/blogs/luciana-kotaka/vamos-falar-sobre/

 

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2018-02-02T17:13:12+00:00 13 de setembro de 2017|Categorias: apoio ao tratamento, Bipolar, Blog, Comportamento, Depressão, Prevenção, suicídio|Tags: , , , |2 Comentários

2 Comentários

  1. Patricia Fernandes 29 de novembro de 2017 às 16:56 - Responder

    Olá ,boa tarde , minha família já está cansada de mim , eu não tenho mais amigos e nem motivo para viver ,não consigo assimilar esperança nem amor próprio , eu tenho motivos suficientes pra morrer ,sou bipolar há 7 anos e sempre quis ter coragem para fazer isso…

    • Equipe Abrata 30 de novembro de 2017 às 10:17 - Responder

      Cara Patricia.

      Ser portadora de transtorno bipolar não é uma sentença. Os sintomas do transtorno bipolar podem ser controlados com tratamento medicamentoso
      combinado com psicoterapia. Muitas e muitas pessoas com esse transtorno conseguem levar uma vida produtiva, com qualidade.
      Seguir o tratamento à risca, com disciplina e vontade, garantirá a você a recuperação da vontade de viver e viver bem.
      É importante salientar que a família também desenvolve problemas emocionais no trato com paciente bipolar. Sugere-se, assim, que os cuidadores
      procurem ajuda profissional.
      Você pode participar de Grupo de Apoio Mútuo para pessoas com transtorno bipolar como os que são oferecidos pela ABRATA.
      Uma outra maneira de ajudar a controlar os sintomas é assistir a palestras psicoeducacionais para informar-se mais detalhadamente sobre a
      doença e as maneiras de lidar com ela.
      E relevante: em caso de persistência dos pensamentos suicidas, telefone para 141 – Centro de Valorização da Vida, há sempre uma pessoa do outro
      lado da linha preparada para ajudá-la.
      O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que
      querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail, chat 24 horas todos os dias.

      Um grande abraço
      Equipe ABRATA

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